quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dise de Tupã alerta para os malefícios causados pelo uso de narguilé

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O narguilé, tradicional cachimbo d’água usado há milênios nos países do Sudeste Asiático e Oriente Médio, acabou se tornando moda entre jovens no Brasil.

Tudo começou com a exibição na televisão de uma novela e, em seguida, bares e restaurantes aderiram à onda para agradar aos clientes, isso quando ainda era permitido fumar em tais ambientes e sua utilização acabou se difundindo cada vez mais.

O que antes era realizado de forma restrita às residências dos consumidores, se tornou público, podendo ser observado o uso de narguilé em vias públicas, clubes, praças e outros locais.

A maior popularização foi ocasionada principalmente pelo barateamento do custo do equipamento, trazido ilegalmente do Paraguai e amplamente oferecido por vendedores ambulantes, o mesmo ocorrendo com o fumo e o carvão utilizados.

É formado por uma peça central, que parece um vaso, onde se coloca a água. Conectada à base está uma peça cilíndrica que sustenta o fornilho, onde se coloca o tabaco e em cima do tabaco o carvão.

A mangueira, por onde se aspira a fumaça, resfriada pela água, se encaixa na parte superior do narguilé e termina numa piteira.

Ele funciona quando é aspirado por um tubo que reduz a pressão no interior do aparelho, fazendo com que o ar aquecido pelo carvão passe pelo fumo, produzindo a fumaça.

Essa fumaça desce até a base, onde é resfriada pela água, que retém apenas algumas partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser consumida pelo usuário com o sabor da essência escolhida.

O narguilé se apresenta de forma atraente, em formatos sedutores e cores diversificadas, podendo ser abastecido com fumos aromatizados.

Em virtude de inúmeras essências, o narguilé tem aromas variados. É feito com um fumo especial (um melaço, um subproduto do açúcar) e os sabores mais conhecidos são: pêssego, maçã-verde, côco, flores e mel.

Criou-se o falso conceito de segurança, incentivado pela ideia equivocada de que seria inócuo e muitos pais compraram a ideia de que seu uso não representaria perigo algum.

Fumar narguilé é altamente maléfico para a saúde. A água do narguilé não filtra, ela apenas esfria a fumaça. O monóxido de carbono é potencializado pela combustão do carvão, o que significa que chegará mais forte ao organismo; sua concentração equivale ao final de 40 minutos de utilização, a se ter fumado aproximadamente 100 cigarros.

Apesar de ser considerado pela maioria dos consumidores praticamente inofensivo, devido à falsa crença de que a água absorveria e filtraria o carbono da fumaça, de acordo com estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), a água contida no suporte filtra minimamente as substâncias químicas, razão pela qual os usuários de narguilé ficam sujeitos a todas as doenças relacionadas ao cigarro, além de riscos adicionais, por carregar em sua fumaça algumas partículas da queima do carvão usado para aquecer o fumo.

O Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (INCOR) adverte que o fumo utilizado no narguilé contém as mesmas características tóxicas do tabaco (nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, etc.), e sua fumaça contém também os aditivos aromatizantes e substân-cias nocivas do carvão.

Causa, portanto, dependência, perda de dente, câncer de boca e todos os riscos do tabaco à saúde: doenças respiratórias, câncer e doenças cardiovasculares.

Por seu turno, a Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), alerta que o narguilé causa ainda mais males do que o cigarro, pelo potencial de transmitir também doenças infecciosas, já que é usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem a devida esterilização.

De se observar ainda que maconha, haxixe e “crack” também estão sendo fumados no narguilé e há grupos de adolescentes trocando a água do narguilé por bebida, tornando-o ainda mais perigoso e nocivo à saúde.

Em entrevista ao DIÁRIO, o delegado da Dise, Sandro Resina Simões, destacou que, assim como o cigarro, o uso de narguilé também é proibido para menores de 18 anos.

A lei n.º 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) em seu artigo 243 pune com pena de detenção de 2 a 4 anos e multa o crime de vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, à criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física e psíquica, ainda que por utilização indevida.

A Polícia Civil, através da Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), coloca à disposição da comunidade policiais especialmente treinados e, rotineiramente, promove cursos, palestras e apresentações de materiais relacionados ao combate ao uso dos mais diversos tipos de drogas, em escolas, clubes, associações e demais entidades, sendo que os interessados poderão requerer através do telefone 3496-8005 ou na própria especializada, instalada na Avenida Tabajaras, 1145.

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fonte: DIÁRIO ON LINE (http://www.diariotupa.com.br/) matéria: Drogas / Dise alerta para os malefícios causados pelo uso de narguilé reproduzido em: 21/10/2010