sábado, 21 de abril de 2018

Voce tem dinheiro na poupança? Leia isso


A Selic despencou de +14,25% para +6,5% ao ano.



Fonte: Gaucha ZH by Empiricus

Conforme análise da Empíricus a Selic deve cair para +6,25% já na próxima reunião do Copom, em 16 de maio, e diminuir ainda mais nas reuniões seguintes.
            Assim, sua caderneta de poupança deverá remunerar seu dinheiro aplicado em apenas +4,38% ao ano, bem inferior aos 6% ao ano, como era antes da Lei 12.703 de 2012. Que alterou o Art. 12 de Lei 8.177 e estabeleceu que a remuneração da poupança, além da TR:

II - como remuneração adicional, por juros de

a) 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos por cento); ou                      (
b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.

§ 1° A remuneração será calculada sobre o menor saldo apresentado em cada período de rendimento.

Assim, quanto menor for a Selic, menos atrativa ainda será a poupança. Se você possui dinheiro aplicado neste tipo de investimento, talvez seja o momento de refletir se não é o momento de mudar. BOA SORTE!

“caderneta”? Ivan, porque "caderneta"? 
Está aí um exemplo de nome histórico que se perdeu nas brumas do tempo e no atual mundo digital, para muitos, é difícil entender o seu significado. A verdade é que quando foi criada era, de fato, uma caderneta como voce já devia ter imaginado.


(imagem obtida em http://www.resimob.com.br )

As cadernetas de poupança foram criadas em 1861, na época do Imperador D.Pedro II, juntamente com a criação da Caixa Econômica Federal (janeiro/1861) que na época chamava-se Caixa Econômica da Corte.
A poupança tinha, já àquela época, o objetivo único de remunerar depósitos com juros de 6% ao ano sob a garantia do governo imperial.


quinta-feira, 19 de abril de 2018

Refis eleva gasto com juros e dívida da União, mostra Receita

Muito bom este artigo para trazer-nos a reflexão de que é preciso estancar esta falida fórmula, filha da corrupção, que, quase anualmente, sangra o país.

Título: Refis eleva gasto com juros e dívida da União, mostra Receita
Publicação: Valor
Autores: Fabio Graner
Data: 18/4/2018

O último programa de parcelamento de dívidas tributárias pode ter gerado um gasto adicional com juros da União superior a R$ 3 bilhões em um ano, segundo cálculos feitos pela Receita Federal. De acordo com o coordenador de cobrança da Receita, Marcos Flores, muitas empresas e famílias têm aproveitado os sucessivos programas de parcelamento especial, como o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), para se financiar ou fazer estratégias de investimentos a partir de recursos que deveriam ser usados pagar tributos, ganhando ou economizando às custas da União.
A consequência é que a União acaba tendo menos recursos disponíveis para pagar sua dívida e precisa se financiar mais no mercado. "Entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, União gastou mais R$ 3,4 bilhões para financiar os contribuintes que optaram pelo Pert. É quanto a União pagou a mais pegando dinheiro por meio de títulos públicos para financiar estes contribuintes", disse Flores ao Valor.
A conta tem caráter ilustrativo e é uma extrapolação de um exemplo individual aplicado sobre o estoque de R$ 161 bilhões de crédito tributário que ingresso no programa e parte da hipótese de pagamento à vista em janeiro de 2018, com desconto de 70% da multa e 90% dos juros.
Outra ponderação é que cada contribuinte tem uma situação específica e há também grande parte de débitos mais antigos do que janeiro de 2017, o que aumentaria esse valor perdido pelo governo.
O exemplo individual elaborado pela Receita considera uma empresa que optou por deixar de pagar R$ 100 milhões ao Fisco em janeiro do ano passado, colocou o dinheiro em uma aplicação livre de risco (Selic) e teve um ganho líquido de R$ 1 milhão, considerando sua adesão ao parcelamento especial e o pagamento à vista com descontos em janeiro de 2018. Se o dinheiro tivesse sido aplicado em um fundo de ações small caps, a Receita calcula que o ganho líquido nesse caso seria de R$ 25,4 milhões.
Flores destaca que o prejuízo do governo ocorre mesmo nos casos de menor desconto de multa e juros previstos no último programa de parcelamento. Isso porque, destaca, enquanto os juros aplicados sobre a dívida renegociada com o Fisco corre indexada a juros simples, a União paga juros compostos nos títulos emitidos.
Outro aspecto apontado é que algumas dívidas renegociadas e de valores relevantes teriam como ser, cedo ou tarde, recuperadas pela União, o que tornaria mais evidente ainda a situação de que o governo se endivida para financiar. O índice de adesão ao programa de regularização entre os contribuintes com maiores volumes de garantia arroladas (que ficam vinculadas a um débito) pela Receita Federal foi bem maior do que entre aqueles com poucas ou nenhuma garantia.
No primeiro grupo, 35% dos contribuintes com 100% de dívida com garantias aderiram ao parcelamento. Já entre os que não têm garantia, ou no máximo 5% do valor devido coberto por garantias, o nível de adesão é de 10%. "Isso demonstra que quem mais usa os parcelamentos especiais não é quem está com dificuldade financeira, mas aquele que não tem mais escapatória e paga de qualquer jeito", afirmou Flores.
A Receita tem se posicionado contra os parcelamentos especiais, não só pelo prejuízo que causa à União em termos financeiros e de deterioração de base arrecadatória, mas também porque beneficia aqueles que não pagam suas dívidas.
Para Marcio Gonçalves, chefe da divisão de classificação e análise de arrecadação da Receita Federal, para os casos de dificuldade momentânea das empresas, o Fisco tem opção de parcelamento ordinário, que é corrigido pela taxa Selic e em 60 parcelas, que já seria muito mais vantajoso do que tomar crédito no mercado e não ocorre em outros lugares do mundo.
"É importante lembrar que aquele que pagou o tributo corretamente está sofrendo concorrência desleal daqueles que não estão pagando tributos e se financiando dessa forma", disse Gonçalves.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Precisamos falar sobre fake news

Unafisconacional.org.br
13/04/2018


“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, teria dito Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista. Esta é justamente a fórmula das notícias falsas (fake news). Com objetivos definidos, muitas vezes delineados por grupos “acima de qualquer suspeita”, esse tipo de mensagem é lançado na internet, TV, rádio e impressos para destruir a reputação de um inimigo, queimar um concorrente e assim por diante.
O pior é que andam investindo pesado na falsidade. Estudos da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV), divulgados em agosto do ano passado, revelam que robôs disparam notícias falsas a cada dois segundos no mundo. Tal desempenho acaba por atingir 21% das redes sociais.
No Brasil, os estragos da maledicência em massa já são bem visíveis. Tão logo houve o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), em 14 de março, uma avalanche de fake news sobre o ocorrido começou a circular nas redes sociais. Até o dia 18 do mesmo mês, a advogada do partido havia recebido 11 mil denúncias de notícias falsas, conforme divulgado no jornal O Estado de S. Paulo. Criaram até um site para combater as difamações.
Em Porto Alegre/RS, a exposição Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira chegou a ser cancelada porque fake news divulgaram que o evento era “apologia à pedofilia e zoofilia.” Dos 778 mil tweets publicados na época sobre o tema (por volta de setembro de 2017) 8,69% foram feitos por robôs a serviço do mal.
Reforma da Previdência. Nem sempre a mentira aparece facilmente. Às vezes o poder destrutivo está na omissão de um detalhe, que faz toda a diferença do mundo. Nesse sentido, um dos casos mais emblemáticos se encontra no estudo do governo em prol da reforma da Previdência. Conforme apontado pela Unafisco Nacional em nota técnica, o governo fez uma barbeiragem inacreditável na tentativa de justificar a aposentadoria aos 65 anos no Brasil. Disse que tinha de ser 65 porque a aposentadoria nos países da OCDE é de 64,5 anos. No entanto, omitiram um dado de extrema relevância: o da expectativa de vida saudável. Nos países da OCDE esta expectativa é de 71,5 anos, ao passo que no Brasil é de 65,5 anos. É preciso dizer mais alguma coisa?
À medida que se aproxima o período eleitoral, o tema vai esquentando. O Projeto de Lei do Senado 473/2017, de 8 de dezembro de 2017, imputa detenção, de seis meses a dois anos, e multa, para quem divulgar notícia que sabe ser falsa e que possa distorcer, alterar ou corromper a verdade sobre informações relacionadas à saúde, à segurança pública, à economia nacional, ao processo eleitoral ou que afetem interesse público relevante.
Na Câmara há o Projeto de Lei 6812/2017, que dispõe sobre a tipificação criminal da divulgação ou compartilhamento de informação falsa ou incompleta na rede mundial de computadores e dá outras providências. Segundo o texto, o descumprimento acarretará a aplicação de multa de R$ 50 milhões para cada evento às empresas responsáveis pela divulgação, que não apagarem em até 24 horas as publicações de seus usuários veiculadores de notícias falsas, ilegais ou prejudicialmente incompletas.
Mais do que nunca, é fundamental desenvolver a capacidade de discernir a notícia verdadeira da falsa. Absorva o noticiário com muita atenção e critério. Relacione o conteúdo com dados pertinentes que envolvam o tema, o que revelará contradições em alguns casos. Tenha curiosidade e disposição para checagem dos fatos, na medida do possível. Lembre-se de que notícias não dão em árvores. Alguém as produz com uma intencionalidade. Cabe a você se livrar das pegadinhas para não compartilhar conteúdo suspeito. Quanto mais agirmos assim, menos espaço daremos para as fake news.