domingo, 31 de maio de 2015

Dez passos para se adaptar rapidamente a qualquer trabalho

Bárbara Nór, da VOCÊ S/A e Cibele Reschke, da VOCÊ S/A 27/05/2015 



É possível abandonar o medo da mudança e adotar uma postura mais adequada às transformações. Confira o passo a passo   



1. ACEITE A MUDANÇA 
Vivemos constantes transformações no mercado de trabalho, que incluem crises cíclicas. “É preciso tomar as transições como verdades e esperar por elas”, diz Fabricio Velasco, da Hays, empresa de recrutamento de executivos, de São Paulo. Lembre que todos, assim como você, precisam se adaptar. É uma questão de sobrevivência. 



2. SEJA O PROTAGONISTA 
Descubra se você tende a buscar estabilidade e conformidade, pois essa tendência é típica dos profissionais céticos, que agem como vítimas das mudanças. Tente ver as transformações como oportunidades de crescimento. Entenda que as novas demandas podem ajudá-lo a tomar decisões que vão beneficiar sua evolução.   



3. ATUE COM EQUILÍBRIO 
Mudar não implica criar algo inédito ou abandonar qualidades, mas ser ágil para se ajustar. “É preciso criar raízes que sustentem a tomada de decisões em novos ambientes e, ao mesmo tempo, criar asas que permitam ousar”, diz Betania Tanure, especialista em gestão de carreira. 



4. BUSQUE APRENDIZADO 
Procure aprender algo novo todos os dias ou, pelo menos, constantemente. Há vantagens em adotar outros padrões e tecnologias criados para facilitar o trabalho. O que você precisa fazer é separar um tempo para investigá-los. 



5. CONHEÇA GENTE 
Vale fazer um esforço para conhecer pessoas novas, que possam contribuir com opiniões relevantes sobre o modo de encarar o trabalho. Participe de diferentes grupos e seja ativo nos debates. “Convém estudar os objetivos das discussões e preparar ideias e propostas convincentes”, diz Luiz Edmundo Rosa, da ABRH, de São Paulo. 



6. DESAPEGUE DO PASSADO 
Sempre que possível, jogue fora, doe ou venda tudo aquilo que algum dia foi bom, mas que hoje pode ser substituído por algo melhor. O mesmo vale para as metas: se as demandas mudaram, é preciso largar os planos que não fazem mais sentido e reformulá-los. Se a insatisfação com o trabalho atual estiver muito alta, leve esse raciocínio para o limite e pense em como poderia romper com o que está ruim — e em como deveria se transformar para encontrar satisfação. 



7. ATUALIZE-SE 
Em um contexto de mudanças, é necessário estar por dentro dos acontecimentos: frequente eventos em sua área, faça cursos, converse com as pessoas a seu redor, líderes inclusive. Outro conselho é ler muito, até sobre temas fora de seu escopo — isso ajuda a ter ideias e a entender como pessoas diferentes lidam com mudanças. 



8. PEÇA CONSELHOS 
Faça uma análise de suas qualidades e pontos de melhoria. Pessoas de confiança podem ajudá-lo a se enxergar melhor. Os profissionais ficam presos às próprias verdades, quando deveriam pedir conselhos a outros executivos. 



9. SEJA OTIMISTA 
Não encare as novidades como modismos carregados de conotações negativas. “Só é possível inovar se a mente está aberta”, diz Patrícia Cotton, especialista em gestão de mudanças, do Rio de Janeiro. Em vez de simplesmente criticar, pense sobre soluções melhores. 



10. APROVEITE O MOMENTO 
Crises são oportunidades para aprender, mostrar serviço e aparecer. Relaxe e tente se divertir. “Cabe montar um plano de ação para tirar projetos profissionais ou pessoais do papel”, diz Nathalie Trutmann, consultora-chefe na Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

8 sinais de que a carreira pública não é para você


Claudia Gasparini, de EXAME.com 26/05/2015 

São Paulo - Não é de hoje que cargos conquistados em concursos públicos são concorridos. Mas o projeto de trabalhar para o governo parece estar ganhando cada vez mais adeptos nos últimos anos. 
O principal motivo são os altos salários iniciais oferecidos pelo governo, explica Eduardo Ferraz, consultor de carreira e autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo” (Editora Gente, 2013). 
“A remuneração para profissionais em início de carreira, como advogados ou engenheiros, acabou se tornando muito maior na esfera pública do que na privada”, diz ele. “Isso pode ser muito atraente para quem está começando”. 
Ser concursado também é o sonho de quem busca estabilidade - um valor de peso em tempos de incerteza econômica. 
Segundo Ferraz, o único problema com todo esse entusiasmo pela carreira pública é idealizá-la. "Algumas pessoas acham que passar num concurso será a solução para todas as adversidades da vida", diz ele. 
Infelizmente não é bem assim. Depois de passar por um processo seletivo longo e difícil, o candidato pode descobrir com o tempo que o serviço público é completamente incompatível com a sua personalidade. 
Veja a seguir alguns indícios de que o Estado pode não ser o seu empregador ideal: 


1. Você gosta de mudanças 
A propalada estabilidade dos empregos públicos tem o seu lado B: na maioria dos casos, a rotina do servidor sofre raras alterações. Pelo menos se o referencial de comparação forem os empregos na iniciativa privada. “Não adianta dizer que você ‘enjoou’ de um determinado projeto ou de departamento”, diz Ferraz. “É bem mais difícil mudar de lugar”. 


2. Você se motiva por desafios 
Segundo Marcus Bittencourt, advogado e professor do Damásio Educacional, a estrutura pesada da máquina pública costuma trazer muitos obstáculos para atingir resultados inéditos e bater metas. Além de assustar quem está acostumado a desafios frequentes, a situação pode trazer o receio de estagnação profissional. 


3. Você quer subir rápido na carreira 
A carreira pública pode ser muito frustrante para quem tem pressa de chegar ao topo. Isso porque a progressão é tipicamente lenta, demora décadas. "As promoções demoram a acontecer porque dependem de diversos trâmites burocráticos", explica Ferraz. 


4. Você tem necessidade de inovar 
De acordo com Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso Público, a maioria dos empregos públicos abre pouco espaço para a inovação. "Não é um limite tão rigoroso, já que novas ideias para aumentar a eficiência são sempre bem-vindas”, diz ele. O problema é que há um rígido controle burocrático de cada procedimento, às vezes estabelecido em lei, que não dá margem para certas mudanças. 


5. Você quer fazer fortuna 
É verdade que os salários iniciais são melhores na esfera pública, mas não há limite de renda para os mais competentes nas empresas. Por isso, diz Bittencourt, quem quer ganhar muito dinheiro pode acabar se decepcionando. "No fundo, quem procura uma carreira pública deve buscar um significado maior em sua vida profissional, sua missão na sociedade, e não procurar apenas um bom salário”, afirma o professor. 


6. Você gosta de liberdade 
Bittencourt diz que empregos no governo tendem a ser pouco flexíveis. Pessoas que buscam liberdade para agir e rapidez para fazer as mudanças acontecerem se dão melhor na iniciativa privada. 


7. Você é muito competitivo 
Para Ferraz, há menos espaço “brilhar” e se sobressair aos colegas num emprego público do que na iniciativa privada. “Não adianta trabalhar 12 horas por dia e esperar que você se destacará dos outros por causa disso”, afirma. 


8. Você odeia burocracia 
Se processos longos e engessados existem até em empresas privadas, que dirá em instituições governamentais. Pensada como forma de dificultar a corrupção, a burocracia é uma característica indesviável do serviço público. Por isso, diz Ferraz, se você não lida bem com “papelada”, é bom repensar sua inscrição no próximo concurso.

Brasil terá acesso a nomes de correntistas em bancos suíços

27/5/2015 - A Receita Federal vai poder pedir às autoridades suíças detalhes sobre brasileiros com contas secretas em Genebra ou Zurique, mesmo que não tenham cometido atos de corrupção ou que sejam suspeitos de evasão fiscal.

Acordo histórico foi negociado entre Suíça e Brasil e agora aguarda apenas a assinatura dos governos dos dois países
Jamil Chade/ CORRESPONDENTE/ GENEBRA

Receita Federal vai poder pedir às autoridades suíças detalhes sobre brasileiros com contas secretas em Genebra ou Zurique, mesmo que não tenham cometido atos de corrupção ou que sejam suspeitos de evasão fiscal. O secretário de Finanças Internacionais do Departamento Federal de Finanças da Suíça, Jacques de Watteville, confirmou que o país concluiu as negociações com o Brasil para um acordo de troca automática de informação sobre correntistas.
"A negociação foi concluída e os textos estão prontos", disse Watteville. "A questão agora é apenas procedimental de assinatura entre os dois governos e depois a aprovação pelo Poder Legislativo de ambos os países." O processo, porém, pode levar alguns meses.
Os acordos de transmissão de dados foram estabelecidos pelos suíços como forma de frear pressão internacional que ameaça os bancos do país. Nos Estados Unidos, banqueiros foram presos e instituições foram multadas em bilhões de dólares. Ontem, em Bruxelas, os suíços assinaram também um acordo para tentar aliviar a pressão que sofrem de Paris, Berlim e Londres.
Para que uma consulta seja realizada, o Brasil terá de apresentar aos suíços o nome do suspeito de evasão fiscal e uma investigação que demonstre que existem indícios do crime. "O Brasil vai poder ter esse acesso, até mesmo para casos de evasão", disse.
Até hoje, os acordos de cooperação entre Brasil e Suíça envolviam apenas casos criminais, como corrupção, fraude ou lavagem de dinheiro. Para questões de evasão, porém, os suíços não garantiam esse acesso. Há quatro anos, a Polícia Federal chegou a investigar os correntistas do Credit Suisse. Mas, de um total de mais de mil contas, apenas dez casos conseguiram contar com a cooperação de Berna, justamente por não haver um acordo.
O Estado apurou que um dos elementos que acelerou o processo foi o escândalo das contas de dirigentes da Petrobrás na Suíça. No total, mais de 300 contas foram bloqueadas, com mais de US$ 400 milhões.
Swissleaks. O impacto do novo acordo, porém, pode ir muito além e atingir até mesmo os nomes de correntistas que mantêm contas no HSBC. O caso, conhecido como Swissleaks, revelou como 8 mil brasileiros chegaram a ser clientes do banco por anos. Mas como a lista dos correntistas foi roubada pelo ex-funcionário do banco, Hervé Falciani, os suíços se recusam a colaborar com governos estrangeiros.
Para o porta-voz do governo suíço para temas financeiros, Mario Tuor, o Brasil ainda assim poderá ter acesso às informações desses nomes na lista do HSBC. Mas com a condição de que prove que mantém indícios de irregularidades que vão além da lista roubada. Nem os suíços, nem os brasileiros se atrevem a dizer o valor depositado pelos brasileiros nos bancos suíços. Mas, pelo menos de forma oficial, o volume sofreu uma queda nos últimos anos diante do temor de um maior controle do Fisco ou um intercâmbio de informações com autoridades.
No total, correntistas brasileiros retiraram da Suíça mais de US$ 2,5 bilhões em recursos declarados nos últimos anos, promovendo a primeira redução de dinheiro brasileiro nas contas do país em mais de dez anos.
Dados oficiais do Banco Nacional da Suíça indicam que, no início de 2014, a fortuna declarada mantida por correntistas e empresas brasileiras no país chegava a 3,4 bilhões de francos suíços, cerca de US$ 3,5 bilhões. Em 2011, o volume superava a marca de 6 bilhões de francos suíços, mais de US$ 6,2 bilhões.
Esse seria apenas o valor oficial de contas declaradas na Suíça como sendo de brasileiros, ainda que os bancos privados suíços considerem que o montante real dos depósitos seja bem maior se forem incluídos os valores que viriam de empresas offshore montadas por brasileiros pelo mundo. Ainda assim, a queda seria uma espécie de termômetro para o restante do volume de recursos.
• Fortunas
300 é o total de contas de dirigentes da Petrobrás que foram bloqueadas na Suíça, com mais de US$ 400 milhões
US$ 2,5 bi é o valor que correntistas brasileiros retiraram dos bancos suíços, promovendo a primeira redução de dinheiro brasileiro naquele país em mais de dez anos
US$ 6,2 bi era o montante depositado por brasileiros na Suíça em 2011

fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral