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Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram hoje (15/3) a Operação Navio
Fantasma, com o objetivo de combater organização criminosa suspeita de desviar
mercadorias importadas que teriam como destino o Porto de Santos. Valor da carga
desviada ultrapassa os US$ 50 milhões e mercadorias incluem eletrônicos,
equipamentos médicos, objetos de luxo e até cartuchos de bala.
A operação partiu de uma denúncia feita pela Alfândega do Porto de Santos. As
investigações começaram em janeiro de 2011, quando a Receita Federal detectou
indícios de desvio de cargas importadas que chegavam ao País pelos aeroportos de
São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Participam da operação 60 servidores da Receita Federal e cerca de 200
policiais federais.
Entenda como funcionava
A maior parte das mercadorias vinha dos Estados Unidos e da China. As cargas
eram declaradas como partes e peças para navios atracados no Porto de Santos,
porém eram compostas por mercadorias de alto valor agregado, como tablets,
celulares, relógios e armações de óculos de marcas famosas. Havia também
mercadorias de importação controlada, como equipamentos médicos, réplicas de armas e até
cartuchos de bala.
No transporte entre os aeroportos e o Porto de Santos, as cargas eram
desviadas, descarregadas na cidade de São Paulo e distribuídas para os clientes
do esquema fraudulento. Foi apurado o desvio de cerca de 220 toneladas de carga
com valor estimado em mais de US$ 50 milhões.
A Operação
Há indícios da prática de diversos crimes, como formação de quadrilha,
contrabando ou descaminho, facilitação de contrabando ou descaminho, corrupção
ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informação e
falsidade ideológica.
Foram cumpridos 20 mandados de prisão, sendo cinco de servidores da Receita
Federal. Também foram realizadas oito conduções coercitivas e cumpridos 42
mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e empresas ligadas
à organização criminosa em três estados: São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.
A Justiça Federal decretou o sequestro de bens e o bloqueio de recursos
financeiros dos suspeitos, além da apreensão judicial de cargas já retidas pela
Receita Federal no decorrer da investigação.
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fonte Ascom/RFB