segunda-feira, 24 de maio de 2010

CONTRABANDO - Fiscalização e custo da escolta provocam fuga

São dois, basicamente, os problemas apontados pelos comerciantes
Da Redação - Folha de São Paulo

A nova insurreição enfrentada pelos sacoleiros nos 1.128 quilômetros que separam Passos (MG) de Foz do Iguaçu (PR) e a pressão da Receita Federal na chamada zona secundária de fiscalização fazem com que menos passageiros se aventurem em busca de preços baixos.

São dois, basicamente, os problemas apontados pelos comerciantes: o gasto extra com escolta, para tentar evitar assaltos, e o risco de perder as mercadorias em fiscalizações na aduana ou em barreiras na rodovia BR-277.

Se há cerca de cinco anos partiam de Passos até 12 ônibus lotados por semana de seis empresas rumo ao país vizinho, hoje a viagem é feita por três veículos, com 50%, em média, de ocupação.

"Piorou muito, já que hoje viajo com 25 passageiros, no máximo. Cheguei a viajar três vezes por semana com 45 pessoas", disse o empresário Vanderci de Souza, 46, da WV Turismo, de Passos.

A alternativa para evitar assaltos é a escolta armada, que fez parte da rotina entre 2005 e 2006, quando houve 18 roubos na região, com uma morte e prejuízo de R$ 1 milhão a 720 passageiros.

Com a desistência de passageiros de viajar, o custo da escolta (com dois seguranças armados e um carro) inviabilizou o pagamento pelos que restaram. Por viagem, ela custa até R$ 1.800, valor que é rateado pelos passageiros.

Isso fez o total de assaltos voltar a crescer. "Com 20 pessoas, o custo chega a R$ 90 por cabeça. É caro", diz Vandeir Lara, da Brasil Turismo.

A escolta é importante para "interceptar" veículos que tentem fechar o ônibus, manter comunicação e intervir quando detectar suspeitos.

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fonte: Jornal Folha de São Paulo , caderno Brasil - 23/05/2010
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