sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CONSUMIR PRODUTOS PIRATAS? CUIDADO MEU AMIGO!


O quanto a prática de consumir produtos piratas afeta a sua vida?

 

         É importante que as pessoas compreendam a extensão da pirataria e entendam o quanto esta prática afeta suas vidas. Que financia o crime organizado no Brasil e no exterior já é maciçamente divulgado desde 2003 após a constatação no relatório produzido pela Interpol onde foram colhidas diversas provas desta inter-relação mostrando que a pirataria de CDs e DVDs e a falsificação de óculos, perfumes, tênis e bolsas de marcas famosas tornaram-se o braço auxiliar de atividades criminosas muito mais perigosas. Ainda assim, a aceitação de produtos piratas avança no país pela prática do “levar vantagem em tudo”, contudo, esta prática é o que podemos chamar de uma faca de dois gumes. Se por um lado os produtos são bem mais baratos que os comprados em lojas que operam regularmente, por outro o momentâneo benefício financeiro traz prejuízos inconfessáveis na saúde pessoal e à segurança deste mesmo cidadão.
Apenas para citar alguns casos podemos exemplificar a pirataria de óculos, brinquedos e cosméticos, muito comum e abundantemente visto nas ruas de nossa cidade.
Os óculos de camelôs são vendidos livres e abundantemente, não só em nossa cidade mas em todo o Brasil, são idênticos aos originais e custam entre 5% a 15% do valor de um autêntico. O que os usuários não sabem é o perigo que estão correndo ao comprar um óculos desse tipo. Quando colocamos óculos escuros de baixa qualidade (desprovidas de filtros UVA e UVB) nossos olhos e pupila se mantém bem abertos, pois reagem como se estivessem protegidos, porém como as lentes não filtram os raios nocivos, nossa visão fica mais exposta do que se não estivéssemos de óculos e então o órgão sofre pela direta exposição a radiação ultravioleta e os neurônios da mácula –área da retina responsável pela visão central -sofrem danos irreversíveis desde queimaduras de retina e córnea, câncer de visão e perdas de visão por doenças degenerativas. Por mais que pareça barato, não compre óculos de baixa qualidade, lembre-se que o barato pode sair caro! É melhor não usar óculos escuros a optar por um “pirata” de procedência duvidosa. Os oftalmologistas aconselham ao consumidor que sempre solicite à ótica, onde adquirir um óculos escuro, o documento de comprovação de que aquelas lentes têm os filtros UVA e UVB.
O setor de cosméticos não fica de fora do grave problema da pirataria, segundo dados da Abihpec - Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria e Cosméticos, perfumes importados falsificados entram no país, principalmente via Paraguai e Bolívia e até mesmo marcas nacionais como O Boticário, Natura e Anantha também tem suas fragrâncias falsificadas vendidas abertamente nas ruas de comércio popular do país. É um grave problema de saúde pública já que substâncias usadas para falsificar determinadas marcas, que são elaborados com matérias primas de qualidade e procedências duvidosas, passíveis, portanto de causar algum tipo de reação adversa no consumidor, como alergias, irritação cutânea, avermelhamento e descamação da pele, coceira e inchaço e até mesmo manchas na pele.
Já os brinquedos representam um risco à saúde das crianças, análises feitas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) em brinquedos piratas apreendidos revelaram dados hediondos, tais como: Bonecas feitas de lixo hospitalar reciclado ou com excesso de metais pesados, carrinhos que soltam peças que podem ser engolidas e brinquedos com arestas ou pontas afiadas. Para conseguir um preço mais baixo, as máfias internacionais usam, sem nenhum escrúpulo, o material mais barato possível.
Compreendendo que por trás da pirataria, temos estes e outros problemas de saúde e segurança públicas - já que há lavagem de dinheiro e o narcotráfico - e que os próprios ambulantes também são vítimas porque além de se manterem na informalidade, ainda contribuem para a diminuição do recolhimento de impostos e eles pertencem à classe social que mais necessita dos serviços públicos, seja hospitais ou escolas para os filhos, compreenderão que é preciso, definitivamente, dizer não a todas as suas formas.
 
IVAN SILVEIRA MALHEIROS