sexta-feira, 17 de abril de 2009

Caridade

- Quando virá o Messias? - perguntava o rabi Schimeon ao profeta Elias, que descia freqüentemente do céu para conversar com o mestre do Zohar.

- Roje mesmo - respondeu-lhe o profeta - vai até a porta de Roma e o verás. - O rabi Schimeon foi até a porta de Roma, onde permaneceu o dia todo, voltando sem ver nada além de indigentes cobertos de úlceras e um desconhecido de aparência pobre que os consolava e lhes curava as chagas. Ao chegar em sua casa encontrou Elias e lhe disse:

- Mestre, por que enganastes vosso servidor?

- Não te enganei, disse o profeta; não viste um homem que exercia a caridade? Pois afirmo que o reino da caridade é o do Messias, e se queres que o Messias venha todos os dias, pratica todos dias a caridade.

A caridade, segundo o apóstolo São João, é resumo e objeto final do cristianismo.

A caridade, segundo São Paulo, é tudo o que deve sobreviver às profecias que se tornaram vãs e à ciência superada pelo progresso.

A caridade, nas palavras do mesmo apóstolo, é superior à esperança e à fé.

A caridade é o sentimento profundo e eficaz da humanidade solidária.

Em vão a ignorância e o fanatismo quererão perpetuar a guerra; a paz já foi iniciada em nome da filosofia e amanhã será ratificada pela religião, liberada pelo predomínio final sobre as paixões humanas.

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Eliphas Levi