quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Jogar o lixo não, acondicionar o lixo

Há muitos anos eu vejo a dona Raquel, sempre quando se defronta com vidros quebrados em casa – copos, garrafas, potes etc – cuidadosamente embala-los em papelão e diligentemente escrever em sua parte externa: “Cuidado, vidros!” Somente depois ela descarta o embrulho no lixo não-orgânico.
Na eventualidade de não ter um papelão disponível, ela acondicionava-os em caixas longa vida de leite ou derivados, caixas de sucos ou, ainda, jornais. Quando nada disso estava disponível no momento, então, ela não descartava os vidros enquanto não fosse possível faze-lo de forma segura aos servidores da limpeza pública.

O trabalho de coleta de lixo é realizado em um ritmo intenso e as tarefas abrangidas devem ser executadas rapidamente, assim, tornam-se freqüentes os ferimentos neste ofício, sofrido por cortes de objetos pontiagudos-cortantes.

Conforme estudos, os cortes com vidros caracterizam o acidente mais comum entre os trabalhadores da coleta domiciliar e das esteiras de catação de usinas de reciclagem. Uma vez que os cortes de pequena gravidade não são informados, as estatísticas deste tipo de acidente são subnotificadas. Outros estudos mostram que os riscos com acidentes do trabalho na coleta de lixo podem girar em torno de 3 a 5 % (aqui incluídos os acidentes de quedas e atropelamentos) dos dias disponíveis de trabalho.

Atitudes conscientes e de respeito ao próximo como esta, desta e de outras donas Raquéis, além de proteger o servidor, contribuem para a economia de gastos públicos gerados pelos afastamentos e cuidados médicos dos acidentados.

Como os gastos públicos são financiados pelos tributos pagos pela sociedade, em última análise, o bem da dona Raquel a ela retorna.

Por este exemplo de cidadania, damos os parabéns aos que agem com esta consciência, tomando cuidados tais como: Mantendo o lixo nas lixeiras, se não possível, de preferência no chão e não pendurado em árvores, cercas de arame farpado, etc., acondicionando o lixo de forma correta, embalando vidros, agulhas, seringas, facas quebradas ou qualquer outro objeto cortante e/ou perfurante de forma segura a quem vai manuseá-lo.

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