quarta-feira, 11 de março de 2009

CORRUPÇÃO, PEQUENOS ATOS

A corrupção é apontada como o principal motivo de vergonha nacional pela população, contudo, ela não é uma doença que acomete somente políticos, administradores e agentes públicos mas um câncer que se espalha por toda a sociedade em todos os níveis e formas.

Cada brasileiro tem sim sua parcela de culpa e é preciso saber que precisam mudar. É preciso acabar definitivamente com o chamado jeitinho brasileiro.

Quando as pessoas compram um produto pirata, fraudando o fisco e o trabalho intelectual de dezenas de profissionais e empresas; quando elas sonegam informações de parte de seus rendimentos ou criam gastos inexistentes em sua declaração do imposto de renda através de recibos falsos, quando os indivíduos tentam negociar com um guarda a não aplicação de uma multa de trânsito, quando estacionam em local proibido porque não estão enxergando nenhuma autoridade que lhes possa autuar ou porque querem caminhar menos até o destino, quando compram não exigindo a nota fiscal com receio de que o comerciante não mantenha o desconto na mercadoria ou porque se enganam, imaginando que esta obrigação não é delas, ou ainda, imaginam que isso lhes de um sinal de status. Em todas estas situações cotidianas estão sendo corruptas.

Stephen Kanitz observa que devemos deixar de ser “brasileiros”. Compreendendo como brasileiros historicamente os residentes no Brasil que mamam nas tetas do erário público há 500 anos e que passemos a ser brasilianos, como uma declaração de cidadania como uma declaração de amor à nação e à sociedade brasileira.

Este é nosso desejo mais íntimo para 2008, uma mudança de postura de cada cidadão para construção de um país mais ético em todos os sentidos e níveis, erguendo uma sociedade mais justa e orgulhosa de seus integrantes dentro do regime democrático e de suas instituições.

Um futuro sem os que elegem o “levar vantagem em tudo” como bordão pessoal, no centro das atenções da sociedade e mais admiração aos verdadeiros heróis que trilham pela vida ainda que simples mas ética e moralmente íntegra. Que os cidadãos façam uma reflexão e exerçam sua cidadania não admitindo como normal nem pequenas atitudes corruptas, como furar e ajudar a furar filas, parar em filas duplas nas portas de escolas ou ultrapassar velocidades permitidas.

É utopia? É um sonho? Bom, mas o finais de ano e os conseqüentes anos novos são pródigos no semear a esperança de realização de todos os desejos, então, desejemos que este sonho se realize.


IVAN SILVEIRA MALHEIROS

publicado em 24/12/2007